Domingos Machado
“Adormeci muitas vezes nas fitas que caíam em forma de hélice, junto dos pés de meu pai”
No coração do Minho, em Braga, há um homem que há mais de 60 anos preservou e elevou todo o saber que o pai um dia lhe passara. Domingos Machado, mestre Artesão, é um homem tão simples na sua maneira de ser como hábil na arte de bem fazer instrumentos musicais de corda. O seu cognome é “Violeiro”, e sente orgulho neste epíteto. Seu pai já era conhecido como violeiro, “vem da arte” - afirma o artesão. Não esconde o orgulho que sente quando fala dos instrumentos que faz na sua oficina, já gasta pelo tempo. “Adormeci muitas vezes nas fitas que caíam em forma de hélice, junto dos pés de meu pai. Naquele tempo, o forte eram os Cavaquinhos e as violas Braguesas; era isso que se vendia nas feiras”, diz o mestre. Persistente no que faz, gaste o tempo que gastar, a peça sai-lhe das mãos como uma bela obra-prima. Tem especial cuidado na colocação da cola, porque é o próprio que a prepara. Aplica nas suas peças o verniz antigo, um composto de goma, laca e álcool de forma a dar aquele lustro de diversas tonalidades tão apreciado.